CulturArte & Ciência
“Onde a cultura e a arte falam da ciência
Onde a ciência encontra a arte e a cultura”
“Cada espécie merece ter vidas dedicadas ao seu estudo científico e ser celebrada por historiadores e poetas” (E. O. Wilson, Biophilia,1984).
Se você é um cientista, te desafio a responder:
Você poderia explicar os objetivos de sua tese de doutorado, os resultados de seu artigo, em um Pub, em um café ou em um piquenique no parque? Para um adulto ou uma criança?
Se você não é cientista, mas conhece um ou está curioso para saber sobre a rotina de um cientista, eu te desafio a perguntar:
Cientistas gostam de música? O que escutam enquanto escrevem seus artigos? Algum poema preferido ou inspirador? Tocam algum instrumento? Há arte no gráfico estatístico? Na fonte de um texto? No desenho esquemático de uma bactéria, uma flor, uma folha…?
A reprodução de uma figura uniformizada do cientista de laboratório, de jaleco, óculos, solitário, ranzinzo, fazendo descobertas mirabolantes, explosivas ou elaborando teorias revolucionárias (a exemplo, o lendário físico Albert Einstein) contribuiu, até o momento, para que uma grande parte da população humana afirmasse que nunca teve acesso a um cientista ou a algum dos achados da ciência. Mas, fato também é que a maioria dos cientistas não se identifica como sendo um cientista, uma vez que este exercício profissional, principalmente no Brasil, está vinculado à profissão do professor universitário. Com isso, surgiram a negligência e a cegueira da profissão junto à falta de identificação com o cientista.
A maioria dos cientistas tem vida comum, são pessoas comuns, que gostam de arte, de música, de diversão. Geralmente têm hobbies e até mesmo são artistas por hobbies ou profissão paralela.
Mas a arte também pode falar da ciência?
“Era um morto desconhecido, tendo por roupa só as algas, os liquens e as coisas verdes do mar.” (Rubens Alves)
O que leva a imaginar, a conhecer, a criar, este poema de Rubem Alves? Um profundo conhecimento da biologia misturado com a poesia!
E aquela música “Spyro Gyro” do compositor e cantor Jorge Ben Jor, seria a ciência inspirando o artista? Ou o artista divulgando a ciência?
“Spiro Giro é Spyro Gyro
É um bichinho bonito e verdinho que dá na água…
Que Plancton é esse
É o Spiro Giro é o Spyro Gyro …
É um bichinho bonito e verdinho que dá na água
Você sabe o que é um Plancton
Plancton é uma alga
De água doce ou de água salgada
Mas Spiro Giro é doce, doce, doce, doce, doce
De água doce…
É o encontro amoroso do zigoto masculino com o gameta feminino
Formam novas células um fio vegetal
Brilhoso e esverdiado igual a cor da esperança
Igual a cor da esperança
Spiro Giro…”
O quanto de arte, você artista, poderia fazer inspirado na ciência, nas cores da biodiversidade, no arranjo natural da vida!
O quanto, você professor, poderia fazer uso da arte para comunicar a ciência em suas aulas!
Ciência e cultura, se relacionam?
A produção do conhecimento científico, mesmo que ainda não identificado como ciência, esteve sempre presente ao longo da trajetória humana através das culturas tradicionais, da arte ou da busca pelo novo.
Os saberes sociais, principalmente aqueles que caracterizam as culturas tradicionais, sempre estiveram contribuindo para o avanço da ciência. As produções industrializadas, por exemplo dos setores farmacêuticos, incluindo cosméticos e medicamentos, foram muitas vezes inspiradas e elaboradas a partir de observações do conhecimento e cultura de comunidades tradicionais, principalmente sobre o uso de plantas para recuperação da saúde e do bem-estar.
Há cultura e arte na ciência. Há ciência na arte e na cultura. E a mistura disso tudo nos ajuda a transmitir o conhecimento científico, a falar da importância da ciência com leveza e entusiasmo, também como parte de nossos entretenimentos.
Outros conteúdos serão disponibilizados em breve para você se divertir enquanto fala e faz ciência e arte!