Lagos antárticos e sua diversidade biológica

Uma grande diversidade de lagos de água de degelo está espalhada por toda a Antártica. Na maioria, são pequenos lagos que juntos formam os principais componentes  do ambiente aquático continental.

O clima antártico tem um controle fundamental sobre a dinâmica desses lagos. Muitos são hidrologicamente isolados e o influxo de água e nutrientes depende unicamente do derretimento da neve e do gelo local. Além disso, o clima é que determinará se os lagos estarão total ou parcialmente cobertos por gelo durante todo o ano ou completamente descongelados no verão, variando entre os ciclos sazonais de congelamento e degelo.

Esta característica única tem uma ampla gama de implicações para as propriedades físicas, químicas e biológicas dos lagos.
Quando derretidos, esses lagos fornecem um habitat para o crescimento microbiano. As comunidades microbianas são dominadas principalmente por cianobactérias, mas também incluem várias outras espécies microscópicas, como fitoflagelados, clorófitas e diatomáceas.

A comunidade de cianobactérias, geralmente, assume uma variedade de forma de esteiras microbianas cobrindo os fundos dos lagos, domina a biomassa total, a produtividade biológica e apresenta um papel fundamental no funcionamento desses sistemas aquáticos.

Supõe-se que as cianobactérias controlam a maior parte do fluxo biológico de carbono, ciclagem de nutrientes e energia em sistemas dinâmicos como os lagos antárticos.

Além das lagos superficiais, atualmente sabemos da existência de mais 400 lagos sob o manto  de gelo da Antártica que variam desde gigantescos lagos estáveis no centro do manto até pequenos bolsões de água de fluxo contínuo, isolados da atmosfera por milhões de anos.

As águas subterrâneas e os sistemas subglaciais foram identificados, mas ainda não foram investigados. Até o momento, apenas dois lagos na borda do manto de gelo da Antártica Ocidental foram amostrados: Whillans (em janeiro 2013) e Mercer (em dezembro de 2018). Esses lagos subglaciais, provavelmente, abrigam microrganismos únicos, adaptados às condições extremas, como pressão e escuridão sob o gelo, além de testemunhos de gelo e mudanças climáticas desde o momento em que a camada de gelo se formou. 

Utilize o link a seguir para acessar o artigo completo e mais informações: DOI: 10.18124/c5yf-hm03)

Lagos antárticos superficiais (clique na foto para ampliar a imagem) 

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