Ciência nas Trilhas
“Em todas as idades, locais e culturas, seja qual for a sua frequência e tipo de atividade desenvolvida ao ar livre, você pode ser um cientista em observação na natureza ou até mesmo contribuir para coletas de informações científicas. Você não precisa de um diploma avançado para coletar fezes de animais, fazer fotografias ou coletar amostras de água. Membros da comunidade de esportes de aventura podem ajudar projetos de pesquisa onde muitos olhos, ouvidos e gosto pela aventura são necessários.”
Nesta página, vamos conversar sobre nossos passos nas trilhas, hobbies na natureza, e como eles podem ser orientados pela ciência, contribuir para a ciência e conservação dos ecossistemas e sua biodiversidade.
Os “nerds da natureza” estão constantemente nas montanhas, florestas, campos, nas trilhas, caminhadas, corridas, ciclismos . . .
Caminhantes, corredores, ciclistas de montanha e outros entusiastas de atividades ao ar livre podem realizar tarefas básicas de pesquisa em cantos remotos do mundo, permitindo que pessoas apaixonadas por atividades na natureza se tornem cientistas cidadãos. A ciência cidadã não é nova, mas está passando por um renascimento. Alguns projetos de ciência cidadã nas trilhas estão em andamento em diversas partes do mundo. Por exemplo: a pesquisa global sobre atropelamentos de animais silvestres que recruta corredores e ciclistas para documentar e registrar com GPS os locais onde ocorrem atropelamentos; o projeto científico para monitoramento de corais que conta com a participação de mergulhadores recreativos ou profissionais; o rastreamento de baleias e golfinhos realizado por turistas embarcados e vários outros.
A pesquisa colaborativa entre cientistas e interessados pela ciência democratiza o acesso ao conhecimento científico, apresenta sustentabilizade financeira e contribui para o engajamento do público em defesa à saúde ambiental e planetária.
A necessidade da natureza para o bem-estar físico, mental e espiritual, parece ser uma tendência inata do ser humano, mesmo que não reconhecida claramente como tal. Estudos em todo o mundo estão confirmando os efeitos positivos de passar um tempo ou apenas algumas horas lá fora, com a natureza e, consequentemente, temos observado o aumento do número de pessoas interessadas em esportes ou hobbies de aventura na natureza. Por outro lado, um dos temas atuais mais explorados na ciência é o impacto humano, consciente ou inconsciente, sobre a natureza.
Compreender a paisagem em que estamos explorando, além de deixar sua trilha ainda muito mais interessante, o ajudará a não deixar sua pegada de maneira a prejudicar outras formas de vida e a preservar a sua própria segurança e lazer.
“(. . .) o interesse próprio da humanidade é mais bem servido se não prejudicarmos excessivamente as outras formas de vida que ainda sobrevivem na Terra.” (E. O. Wilson, Biophilia, 1984)
Como a ciência pode orientar seu olhar nas trilhas, caminhadas, ciclismo ou qualquer outra atividade nas montanhas?
Ao subir uma montanha vegetada, percebemos que a paisagem muda da base para o topo. No início, entramos em contato com a floresta, o tamanho das árvores atinge metros de altura. Ao alcançar altitudes mais elevadas, os arbustos começam a assumir o cenário. Arbustos são aqueles vegetais que se ramificam desde junto ao solo e têm menor porte em relação às árvores. E no cume, apenas algumas herbáceas, gramíneas e rasteiras, de folhas pequenas e muitas vezes coriáceas (rígidas, resistentes, expessas) bastante diferentes daquelas encontradas lá embaixo, no início da trilha. Por que as árvores que estavam na base não estão no cume? O que as impediram? As espécies mudaram? O que isso implica na qualidade do clima que experimento da base para o cume?
No campo rochoso (campo rupestre, campos de altitude, montanhas andinas), geralmente, não encontramos florestas exuberantes por alí. A “bola da vez” está com as plantas arbustivas e rasteiras! Essa vegetação apresenta um distanciamento espaçoso entre os indivíduos, as folhas têm um aspecto esbranquiçado devido aos “pelos” na sua superfície, são os tricomas, uma projeção da epiderme foliar que confere proteção contra o excesso de luz, congelamento, auxilia na manutenção da umidade, entre outras funções. O que fez e faz com que essa vegetação seja tão diferente da floresta amazônica, da mata atlântica? Não seria interessante entender a biodiversidade da montanha? A relação da altitude com a biodiversidade?
Tem também quem gosta das atividades no cerrado, em meio àquelas árvores inclinadas, tortuosas, algumas folhas assemelham se a uma lixa, e por isso a famosa árvore lixeira! (Curatella americana L.). Por que essas árvoress são assim?
As florestas de araucária, tão antigas quanto a era dos dinossauros! Estão no sul e sudeste do país, por quê?
Por que? Por que? Por que? São as perguntas que movem a ciência. Somos movidos pela curiosidade, pelo desejo do saber, do aprender, do pertencer, do participar, do descobrir. Poderia então ter uma motivação em comum entre chegar no cume de uma montanha e no final de um experimento científico?
É possível que o senso de investigação de um cientista e a busca por aventuras dos esportistas recreativos ou profissionais tenham motivações mais comuns do que podemos imaginar!
“Entusiastas da natureza vão para as trilhas como cientistas cidadãos”
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IMPORTANTE: Comprando e vestindo as camisetas “Ciência nas Trilhas” você também estará contribuindo para levar a ciência em áreas remotas, comunidades socialmente vulneráveis e desprivilegiadas do acesso ao conhecimento científico. Assim, impactar positivamente o meio ambiente e a vida de crianças, jovens e adultos contemplados pelo projeto.
A coleção é uma parceria entre o Projeto Ciência Nas Trilhas executado pela Dra. Clau e a empresa Nos Alpes, porque juntos acreditamos que podemos fazer mais para proteger a natureza.
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